As árvores e a floresta são uma paixão

15 de outubro de 2022 Dia Internacional da Mulher Rural

15 de outubro marca o Dia Internacional das Mulheres Rurais, uma ocasião para celebrar o sucesso das mulheres que trabalham na floresta e para a floresta, aumentar a conscientização contra o preconceito de género e agir pela igualdade. Em vez de falarmos sobre as mulheres rurais, demos-lhes voz.

O que significa a floresta para si, em termos profissionais e pessoais?

A floresta faz parte da minha atividade profissional diária na APCER, embora o meu trabalho na área da certificação de organizações do setor florestal e da transformação de produtos de base florestal não me leve tantas vezes à floresta quanto eu gostaria, pois, as árvores e a floresta são para mim, e creio que para a maioria dos meus colegas de profissão, uma paixão. 

Atualmente, no contexto das alterações climáticas, a importância da floresta é crescente a nível mundial. 

Como surge a escolha de trabalhar no setor florestal e com a floresta?

Sempre quis trabalhar com a Natureza. Na minha infância e juventude convivi com amigas e amigos dos meus pais que eram silvicultores e que nos levavam muitas vezes a passear na floresta e partilhavam muitas histórias do seu trabalho. Durante o mês de agosto brincava muito na Mata do Camarido, em Caminha. Pode-se dizer que foi nas férias de verão que o meu interesse pela floresta nasceu. Aos quinze anos já tinha decidido a minha profissão e escolhi mais tarde o curso de engenharia florestal na UTAD como a  primeira opção no acesso à Universidade.

Como vê o seu trabalho para o desenvolvimento da bio economia e sustentabilidade?

O meu trabalho é no âmbito da certificação da gestão florestal sustentável e dos produtos de base florestal, nomeadamente as certificações PEFC. Acompanho a certificação da gestão florestal PEFC em Portugal desde o início e a minha perceção é que tem tido um impacto fortíssimo na gestão da floresta ao nível social, ambiental e económico.  A certificação PEFC é um mecanismo positivo e eficaz de induzir mudanças nas práticas de gestão e obter resultados.

Que impacte tem o PEFC no seu trabalho?

No que se refere ao setor florestal, tudo começou na APCER, e em Portugal, com o PEFC. 

Há cerca de vinte anos éramos quase exclusivamente um organismo de certificação de sistemas de gestão. Quando nos convidaram para participar no processo normativo fui naturalmente indicada para o fazer por ser a única engenheira florestal a trabalhar na APCER nessa altura. 

Ao princípio ninguém levava o tema muito a sério, brincavam comigo. A primeira certificação PEFC em Portugal foi em 2006 com a então Celbi, atualmente integrada na Altri, e desde então não temos parado. Hoje temos uma Unidade de Negócio dedicada exclusivamente ao setor florestal e da transformação de produtos de base florestal, cinco engenheiras e um engenheiro florestal no quadro, operações no Brasil, Portugal e Espanha. Creio que deste modo se atesta a relevância crescente das florestas a nível global e a importância a certificação no setor